O americano Michael Conn, de 59 anos, é um dos principais pesquisadores de remédios para câncer e infertilidade. Mas Conn tem medo de falar sobre suas experiências. Recusa até posar para fotos, por motivo de segurança pessoal. Ele diz que sua família já foi ameaçada por grupos extremistas de defensores dos animais. Tudo porque o instituto em que Conn trabalha usa cobaias em experiências. Conn afirma não ser o único cientista ameaçado. No livro The Animal Research War (A Guerra da Pesquisa Animal, ainda sem tradução no Brasil), escrito com James Parker, Conn denuncia que ativistas estariam ameaçando filhos de pesquisadores e colocando bombas em seus carros e casas. “É só uma questão de tempo até alguém ser morto.”
Entrevista
Quem está em guerra contra as pesquisas científicas?
Michael Conn – São grupos de ativistas que querem causar danos a quem usa animais de algumas formas com que eles não concordam. Esses extremistas consideram que os animais não deveriam ser usados em pesquisas científicas, nem como fonte de comida ou de couro para roupas. Acham que os animais não podem ser nem bichos de estimação.
Que estratégias eles usam?
Conn – Todo tipo de ameaça. Em sites, chamam seus filhos pelo nome e escrevem que os seguiram e sabem o que fizeram na semana anterior. Insinuam que seria terrível se acontecesse a eles “o mesmo que seu pai faz com os macacos”. Aqui, em Portland, carros de cientistas foram pichados dentro da garagem. Em Los Angeles, há algumas semanas, incendiaram um veículo da Universidade da Califórnia. Chegaram a colocar bomba em uma casa. Só que erraram o endereço do pesquisador e deixaram a bomba na porta de uma vizinha, uma senhora com mais de 80 anos. Se a bomba tivesse explodido, essa mulher poderia ter morrido. É só uma questão de tempo até alguém ser morto.
O senhor realmente acha que eles seriam capazes de matar alguém?
Conn – É difícil responder. Mas considere esses comentários. Um cara chamado Jerry Vlasak, que integra o grupo North American Animal Liberation Press Office (Escritório de Imprensa Americano pela Libertação Animal) – e que por incrível que pareça é médico –, disse: “Eu não acho que seria necessário assassinar muitos pesquisadores. Cinco, dez ou 15 vidas humanas salvariam 1 milhão, 2 milhões ou 10 milhões de vidas não-humanas”. Tim Daley, da Animal Liberation, já afirmou: “Em uma guerra você tem de pegar em armas. As pessoas são mortas e eu apóio ações como colocar bombas em carros e, talvez, atirar nos vivisseccionistas”. Ele se refere a mim e a meus colegas.
Como os pesquisadores têm reagido a essas ameaças?
Conn – Cientistas talentosos estão deixando de fazer pesquisas. Michael Podell, que era da Universidade Estadual de Ohio, é um deles. Ele estudava aids em um modelo animal. Saiu da universidade e parou de publicar artigos. Jovens estudantes também estão abrindo mão de se dedicar a pesquisas que usam animais. É difícil quantificar esse fenômeno, mas é só pensar um pouco. Você se arriscaria a fazer dessa profissão um meio de vida? Imagine o que é seguirem seus filhos ou queimarem todo o trabalho de uma vida.
Qual é o impacto para a ciência?
Conn – Esses extremistas estão sufocando o desenvolvimento de medicamentos. Para usar remédios em hospitais, onde eles são realmente úteis, é preciso testá-los em animais de laboratório – para ter certeza de que são eficazes e seguros. As pessoas podem até pensar que não precisamos de tantas drogas porque não há mais as doenças de antigamente. Não existe uma nova poliomielite nem uma outra peste negra, que matou milhões no século XIV. Porém, novas doenças estão emergindo: temos a aids, o vírus ebola, a gripe aviária.
Extraído do site: http://www.embriologiahumana.com.br/
Entrevista
Quem está em guerra contra as pesquisas científicas?
Michael Conn – São grupos de ativistas que querem causar danos a quem usa animais de algumas formas com que eles não concordam. Esses extremistas consideram que os animais não deveriam ser usados em pesquisas científicas, nem como fonte de comida ou de couro para roupas. Acham que os animais não podem ser nem bichos de estimação.
Que estratégias eles usam?
Conn – Todo tipo de ameaça. Em sites, chamam seus filhos pelo nome e escrevem que os seguiram e sabem o que fizeram na semana anterior. Insinuam que seria terrível se acontecesse a eles “o mesmo que seu pai faz com os macacos”. Aqui, em Portland, carros de cientistas foram pichados dentro da garagem. Em Los Angeles, há algumas semanas, incendiaram um veículo da Universidade da Califórnia. Chegaram a colocar bomba em uma casa. Só que erraram o endereço do pesquisador e deixaram a bomba na porta de uma vizinha, uma senhora com mais de 80 anos. Se a bomba tivesse explodido, essa mulher poderia ter morrido. É só uma questão de tempo até alguém ser morto.
O senhor realmente acha que eles seriam capazes de matar alguém?
Conn – É difícil responder. Mas considere esses comentários. Um cara chamado Jerry Vlasak, que integra o grupo North American Animal Liberation Press Office (Escritório de Imprensa Americano pela Libertação Animal) – e que por incrível que pareça é médico –, disse: “Eu não acho que seria necessário assassinar muitos pesquisadores. Cinco, dez ou 15 vidas humanas salvariam 1 milhão, 2 milhões ou 10 milhões de vidas não-humanas”. Tim Daley, da Animal Liberation, já afirmou: “Em uma guerra você tem de pegar em armas. As pessoas são mortas e eu apóio ações como colocar bombas em carros e, talvez, atirar nos vivisseccionistas”. Ele se refere a mim e a meus colegas.
Como os pesquisadores têm reagido a essas ameaças?
Conn – Cientistas talentosos estão deixando de fazer pesquisas. Michael Podell, que era da Universidade Estadual de Ohio, é um deles. Ele estudava aids em um modelo animal. Saiu da universidade e parou de publicar artigos. Jovens estudantes também estão abrindo mão de se dedicar a pesquisas que usam animais. É difícil quantificar esse fenômeno, mas é só pensar um pouco. Você se arriscaria a fazer dessa profissão um meio de vida? Imagine o que é seguirem seus filhos ou queimarem todo o trabalho de uma vida.
Qual é o impacto para a ciência?
Conn – Esses extremistas estão sufocando o desenvolvimento de medicamentos. Para usar remédios em hospitais, onde eles são realmente úteis, é preciso testá-los em animais de laboratório – para ter certeza de que são eficazes e seguros. As pessoas podem até pensar que não precisamos de tantas drogas porque não há mais as doenças de antigamente. Não existe uma nova poliomielite nem uma outra peste negra, que matou milhões no século XIV. Porém, novas doenças estão emergindo: temos a aids, o vírus ebola, a gripe aviária.
Extraído do site: http://www.embriologiahumana.com.br/
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